História: O Bf-109F-4  representou o pico de desenvolvimento da variante F, o que deveria ter sido desde o inicio. A série F-4z possuía alguns refinamentos, como hélices VDM, radiador de óleo maior e GM-1 (injeção de óxido nitroso, o popular “nitro” de hoje em dia). Velocidade máxima em altitude: 620 Km/h. Armamento: MG-151/20mm atirando pelo spinner e um par de MG-17 acima do nariz.

Pilotado por Franz Schwaiger, esse avião tinha inscrito no nariz o nome da namorada do piloto, o que não era comum nessa época no Mediterrâneo. Schwaiger abateu 67 aviões até morrer em 24 de Abril de 1944, enquanto voando pela defesa da Alemanha. Ele havia feito um pouso forçado por falta de combustível, e foi metralhado no solo por um P-51.

O Kit: Vem com peças que permitem a montagem da maioria das versões do 109F até o 109G-4, porque inclui 2 sets de hélices, radiadores de óleo, canopi e também fornece pequenas entradas de ar do nariz para os 109G, ainda que um pouco maiores que o ideal (diferente dos kits dedicados à série G/K, como os G-6).

Montagem: Usei o cockpit de resina da True Details, já que a falta de detalhamento no cockpit é uma característica comum a todos os 109 da Hasegawa. Eu realmente não entendo, como uma empresa que faz cockpits excelentes como o dos Zero e Hayate 1:48 pode fazer um cockpit tão fraco em outros kits igualmente modernos? O cockpit dos F4U-5 da Hase chegam a fazer você pensar que está montando um kit da Otaki! Mas chega de reclamar! Depois de pintado de RLM66, foi realçado com dry-brush e wash, além de pintura de vários detalhes em amarelo e vermelho, de acordo com fotos de referência.

A fuselagem foi fechada, e as partes de cima das asas coladas a ela. Assim ficava espaço para o cockpit ser colocado. Mas, distraído, colei a parte de baixo das asas sem colocar o cockpit dentro do avião! A junção asa-fusegem, que havia ficado perfeita sem nem mesmo precisar ser lixada, foi arruinada no processo de descolamento e recolocação. Perdi bastante tempo tentando deixar essa junção aceitável, até que desisti e aceitei uma junção que estava bem longe do ideal. Pelo menos fica num lugar que dá para passar um belo giz pastel preto por cima.

Outra dificuldade foi com o capo do motor, que é dividido em duas peças. Não só o fato de ele ser dividido em dois já atrapalha, como ele também é um pouco menor do que o nariz em que ele encaixa. Assim, uma boa quantidade de Mr. Surfacer foi necessário nessa área, tomando bastante cuidado para não sumir com a pequena entrada de óleo no nariz, que seria bastante difícil de riscar no plástico depois.

O resto da montagem correu sem problemas. Os elevadores foram cortados e posicionados levemente abaixados, lembrando de reproduzir esse efeito no manche. Cabos de cobre foram adicionados ao trem de pouso e tanque de combustível, simulando cabos de freio e de alimentação/ar comprimido, respectivamente.

Pintura: Pesquisando sobre esse avião, surgiu a dúvida se ele deveria ser pintado com o tom mais claro ou mais escuro de RLM 79. Depois de muito pesquisar na internet e postagens em fóruns (inclusive aqui mesmo no Webkits), cheguei à conclusão de que não tem como ter certeza! Então, parti para o tom mais escuro da tinta, mas com algum desbotamento pelo sol. O kit foi pintado com o “Desert yellow” da Tamiya, que é mais claro, depois foi aplicado o pós-sombreamento com RLM 79 puro da Gunze (o tom escuro), e para finalizar, uma camada de 60/40 de Tamiya/Gunze para atenuar o efeito do sombreamento. Fiquei bastante satisfeito com os resultados, apesar de achar que o sombreamento ficou meio difícil de visualizar depois do avião decalcado, envelhecido e envernizado. O RLM 78 é basicamente RLM 65 da Gunze (não me acostumo com esse novo nome, GSI Creos... quem foi o idiota que teve essa idéia?) com um pouco de cinza claro, sombreamento feito com Gunze “azul médio” e atenuado com RLM 65. Interior de slats/flaps, porões de rodas e trem de pouso em RLM 02.

Decalques da Eagle Strike, excelentes. Envelhecimento com Tamiya smoke, algum metalizer para descascamento e giz pastel preto, marrom e branco.

Verniz final semifosco, Gunze Mr. Color e massa fosqueante Tamiya.

Novamente, a antena foi feita com sprue transparente. Já vi pessoas dizendo que isso é errado, pois elas eram na verdade pretas, mas eu acho que devido ao efeito escala, estas devem ser tão pouco visíveis quanto possível, assim como quando você olha um avião real de uma certa distância. 

No final, fiquei bastante feliz com o resultado. Todo o processo de pintura até o final de montagem foi realizado em uma semana, um recorde para mim, porque eu tentei (com sucesso) terminar esse modelo pro concurso de Rio Claro 2003. Aliás, o modelo recebeu um “upgrade” após esse concurso, com algum envelhecimento extra, seguindo a dica do amigo Sidney.

Boa montagem!!

Minha coleção de 109s está começando a ficar boa, já tem 109E-4, F-4 e K-4. Só falta agora 109V-1, B/C/D, E-1, E-3, F-6, G-2, G-6, G-10, G-14... E qualquer outro que aparecer pela frente ; -)