Schnellboot S-100-Klasse - Revell 1/72

A lancha

As lanchas de ataque rápido alemães - Schnellboot - eram também conhecidas pelos ingleses como "E-Boats", uma abreviação para o termo Enemy Boats = lanchas inimigas.

A classe S-100 surgiu do desenvolvimento natural de uma bem sucedida linha de lanchas torpedeiras alemãs, tendo como característica principal a melhora na blindagem da ponte de comando. Esta mesma melhoria foi sendo introduzida em modelos anteriores, no decorrer do uso.

• Identificação: S-100 Class, 1943
• Desenvolvida por: "Bauwerft, Friedrich Lürssen/Vegesack" desde o começo da Segunda Grande Guerra.
• Comprimento: 34,94 m
• Largura: 5,28 m
• Altura: 2,9 m
• Propulsão: 3 x Daimler-Benz MB501A ou MB511 acima de 7,500 hp
• Velocidade de cruzeiro: 43.5 knots
• Velocidade de ataque: 49 knots

Armamento:

• 4 x Torpedo G7A, 533 mm ou
• 2 x Torpedo G7A, 533 mm + 6 minas ou 6 cargas de profundidade;
• 1 canhão anti-aéreo de 20 mm;
• 1 canhão anti-aéreo duplo de 20 mm; e
• 1 canhão de 37 mm.

O kit da S-100, na escala 1/72, foi lançado pela Revell no final de 2001. A caixa mede 54 x 21 x 6,5 cm, e pesa mais de meio quilo, o que cria de cara uma grande expectativa em relação ao que haverá em seu interior.

A classificação no nível de dificuldade de montagem é 5 (skill), em uma escala de 1 a 5, o que a princípio me causou certa preocupação, pois não monto barcos há muito tempo, e o último que montei remete aos tempos da gloriosa Revell Kikoler. A caixa verde marinho segue o padrão Revell, com uma bela estampa e imagens do kit montado na lateral. Como tem se tornado padrão nos kits da Revell, a lista de cores utilizada vem impressa na lateral da caixa, com os códigos para as respectivas tintas Revell anexas.

Ao abrir a caixa, percebo um ponto que me desagradou: a abertura lateral da caixa. Talvez a linha de produção de kits funcione melhor com este tipo de embalagem, mas é, definitivamente, um porre ter que tirar e colocar os sprues pela lateral – que saudades do velho esquema tampa-caixa!

Dentro da caixa, temos, além de uma boa quantidade de plástico, como já era esperado, o manual de instrução – bem detalhado, mas impresso em um papel, definitivamente, muito inferior ao kit que descreve; a folha de decal, um rolinho de barbante para fazer os detalhes do kit, tais como cordoalhas e cordas de amarração e um pequeno pedaço de acetato, marcado com linhas para ser usado na confecção do para-brisa da ponte de comando – muito cuidado com esta folha, pois é pequena e vem solta dentro da caixa. As 15 páginas da folha de instrução apresentam 57 etapas para a montagem da S.100 .

Injetado em plástico cinza claro, o kit apresenta pouquíssimas rebarbas em um ou outro recesso, regiões onde imagino que a injeção do estireno seja mais complicada. As grades vêem em sacos plásticos separados, contendo aproximadamente 140 peças. Um cuidado, por parte da Revell, chama a atenção: a peça de ponte de comando vem protegida por dois pequenos blocos de espuma, de forma a proteger os pinos ali colocados e não entrar em atrito com a caixa ou com outros componentes. Muito bom!

O barbante para fazer a cordoalha e outros detalhes, na cor caqui, é suficiente para várias lanchas. Não são fornecidas figuras com o kit, o que no meu caso não é problema, pois não costumo coloca-las.

Impossível resistir a tentação de retirar da grade e unir as duas partes do casco, o que permite perceber quão grande e bonito é este modelo. Apesar do tamanho, o detalhe é muito bem feito, o que vem sendo uma característica comum aos kits Revell de nova geração.

São fornecidos dois torpedos, a serem instalados logo atras dos tubos lançadores. Bem injetados, a hélice deles me pareceu um tanto quanto espessa, sugerindo a possibilidade de ser reposta por uma hélice em foto-gravura ou scratch. Os tubos lançadores devem ser montados com as suas tampas fechadas, já que não há interior algum e suas extremidades são fechadas. O kit traz os racks para as minas (ou cargas de profundidade), mas não existem este armamento a ser instalado. De qualquer forma, é possível deixar a lancha sem estes racks, bastando para isso não abrir os pontos de fixação, conforme recomendado na etapa 52. Os canhões fornecidos apresentam um bom grau de detalhamento, muito embora a peça 132 apresente uma pequena falha na injeção – um sulco, no meio da peça. Nada muito preocupante, pois está em um local de fácil reparo e um pouco de putty, seguido de uma lixadinha básica, deverá resolver o problema. O canhão de proa é dividido em 6 itens, enquanto que o canhão anti-aéreo duplo vem em 11 diferentes peças.

O deck, além de finamente moldado, abriga uma série de equipamentos e estruturas, bem detalhados e injetados separadamente, o que me agradou, contando com peças tal como binóculos de observação, ancora, bóias salva-vidas e outros itens de detalhamento que ajudam a dar realismo ao kit.

O kit fornece ainda uma base, para suporte da lancha, cuja montagem está descrita na etapa 11 da folha de instruções.

Os decais trazem a opção para diferentes lanchas, todas com o mesmo esquema de pintura, além da bandeira e da identificação da lancha, em inglês e alemão, a ser colocada na base. O ponto negativo fica com a bandeira, que não vem com a suástica, como pode ser observado logo abaixo. Isto se deve a restrições da legislação européia, mas, particularmente, acho de uma hiprocrisia lamentável. Portanto, se o modelista quiser usar esta bandeira, vai ter que se virar.

Conclusão

A lancha S.100 da Revell é um belo kit. Os detalhistas podem querer adicionar detalhes ou substituir alguns itens, tais como hélices e outros detalhes mais delicados por foto-gravura, mas, mesmo sendo montada diretamente da caixa, esta lancha possibilita ao modelista a obtenção de um representante digno da Kriegsmarine em suas prateleiras. O Natal está chegando, e, se vais presentear algum amigo modelista, vai aqui minha dica: este é o kit. Com preço acessível (de 70 a 80 reais, na média), seu custo vale o benefício. Como referência para a montagem, sugiro o livro da Squadron, "Schnellboot in Action".