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Carros americanos como Stafff Cars - Parte 1
Autor: Ricardo P-40

Veículos civís americanos usados como Staff Cars - Parte 1

      De acordo com a WIKIPEDIA, “Staff Car é um veículo de uso de um Oficial Militar Sênior que faz parte do conjunto de veículos não combatentes das forças armadas de seu país”. Embora alguns veículos militares tenham sido projetados para serem usados também como Staff Cars, na maioria dos paises envolvidos na WWII um número considerável de automóveis de uso civil foram desviados de suas funções originais para cumprir um papel de uso militar, quer seja transportando oficiais graduados, mensagens ou desempenhando quaisquer outras funções administrativas no âmbito militar. De um modo geral esses veículos não sofriam grandes modificações para cumprir suas novas funções, essas modificações normalmente se resumiam a aplicação de cores e marcações militares sobre a pintura original e instalação de luzes de black out, não obstante, em alguns casos nem mesmo a pintura original era alterada.

     Os Estados Unidos já era nessa época o maior parque industrial automobilístico do mundo e seus veículos eram comercializados em praticamente todos os países, portanto é perfeitamente natural que muitos de seus automóveis tenham sido incorporados como Staff Cars tanto nas suas próprias forças armadas como também nas de outros países, mesmo nas daqueles que viriam se tornar seus inimigos posteriormente.

     Em virtude das forças armadas americanas terem adquirido seus carros diretamente de seus fabricantes as mesmas optaram preferencialmente pelos modelos sedan de 4 portas mais adequados a essa função, ficando os modelos mais luxuosos (Cadillac, Buick, Packard e Lincoln) restrito ao uso de oficiais de alta patente e chefes de estado. Outros países aliados que também usaram Staff Cars americanos de um modo geral incorporaram os modelos mais compactos pois eram os mais freqüentemente comercializados em seus países.  Por outro lado devido aos alemães terem obtidos seus veículos de origem norte americana através de confisco na própria Alemanha ou nos países ocupados, não existe necessariamente um critério absoluto de utilização desses veículos. Porém de um modo geral têm-se observado que os veículos de maior porte e mais luxuosos eram destinados a oficiais de maior patente, veículos mais populares e até mesmo modelos conversíveis e de 2 portas eram freqüentemente usados por militares de menor patente, e que os veículos de desenho mais esportivos muitas vezes acabavam nas mãos de pilotos da Luftwaffe. Outros que também fizeram uso de automóveis americanos como Staff Cars foram os japoneses. No período que antecedeu a WWII havia nos países Asiáticos uma grande rede de revendas das principais marcas americanas, e algumas marcas também foram montados tanto na Ásia como na Austrália com peças importadas dos EUA. Portanto quando da ocupação japonesa de algumas das principais cidades Asiáticas havia um razoável número de carros americanos circulando nestas que eventualmente foram confiscados para uso de oficiais japoneses. Infelizmente existem poucas fotos desses carros que permitam identifica-los, assim como as marcações utilizadas.

     A idéia por trás desse artigo é justamente estabelecer uma base de referência que permita a identificação dos modelos mais comuns de automóveis de uso civil fabricados nos Estados Unidos e que eventualmente possam ter sido usados como Staff Cars tanto nos EUA como também por outros países nos principais teatros de operações da 2ª Guerra Mundial.

     Como podemos observar na imagem abaixo, a cada ano os fabricantes despejavam no mercado automobilístico dos EUA uma infinidade de versões derivadas de seus modelos básicos o que na maioria das vezes torna muito difícil estabelecer qual é o modelo especifico de um determinado veículo captado em uma fotografia da época sem que se faça uma pesquisa mais apurada sobre as diferenças entre os diversos modelos daquela marca.

Os diversos modelos de Buicks da série “Forty Special” oferecidos somente no ano de 1938

     Portanto seria impossível tentar descrever aqui um assunto tão extenso e complicado, porém através da observação e comparação de detalhes relativamente simples e visíveis na maioria das fotos dos Staff Cars da WWII nos é possível estabelecer com razoável precisão pelo menos o fabricante e o ano de fabricação da maioria dos automóveis de origem norte americana observados nesse período.

     Tal como hoje em dia, a indústria automobilística americana dos anos 30 e 40 introduzia constantes modificações estilísticas em seus modelos ano após ano de forma sempre criar na mente do consumidor a idéia de estar lançando um produto novo. Se examinarmos mais detalhadamente veículos de um mesmo fabricante e modelo lançados em anos consecutivos, vamos observar que em muitos dos casos as mudanças que ocorreram foram apenas cosméticas, pois tanto o conjunto mecânico como a própria carroceria eram muitas vezes praticamente os mesmos.

     Serão justamente esses pequenos detalhes estilísticos que irão nos permitir, através da comparação com as  imagens aqui publicadas estabelecer o ano de fabricação de cada veículo. Cabendo ainda ressaltar que a indústria automobilística americana dessa época tinha o costume de reestilizar a cada ano principalmente a frente de seus veículos de forma diferencia-los dos modelos do ano anterior. Portanto esse é o detalhe  que deverá ser observado com maior atenção durante a comparação.

     Procurei reunir aqui imagens dos principais modelos encontrados nas fotos da WWII, sendo que sempre que possível incluí fotos da época e/ou de veículos restaurados caracterizados com Staff Cars. As fotos de veículos civis restaurados são justamente para que se possa observar detalhes importantes que muitas vezes acabam ficando pouco perceptíveis nas fotos mais antigas ou sob a pintura militar.

    Lembrando ainda que como o objetivo desse artigo são somente os veículos produzidos nos Estados Unidos, àqueles produzidos por subsidiárias de empresas americanas em outros países eventualmente poderão ser objeto de outros artigos.


GENERAL MOTORS

     O seu fundador, Willian Crapo Durant, embora quase nada entendesse de mecânica ou de automóveis, era um empresário nato que havia feito fortuna no ramo de carruagens, no qual era conhecido como "O Rei dos construtores de carruagens". Com o advento dos automóveis Durant logo percebeu o potencial mercadológico da nova tecnologia e iniciou o seu novo império econômico adquirindo a Buick em 1904, em 1908 fundou em Flint, Michigan, a General Motors Company com o objetivo de controlar não só a nova subsidiária como as demais que estavam por vir. Nos anos que se seguiram Durant incorporou ao grupo GM outras empresas do ramo como a Oldsmobile, Cadillac, Oakland (atualmente Pontiac), etc. chegando a ter cerca de 30 empresas do ramo incorporadas até 1920. Em 1911 Durant fundou uma nova empresa com Louis Chevrolet para produzir uma linha de veículos de baixo custo, a Chevrolet, que veio a ser incorporada ao grupo GM em 1916. Das marcas incorporadas ou criadas pela GM, somente as Buick, Cadillac, Oldsmobile, Pontiac, Chevrolet e Lasalle continuaram em produção até a década de 40, existindo ainda a marca GMC que ficou restrita a linha de caminhões. O objetivo era justamente dividir os diferentes segmentos do mercado consumidor de automóveis por cada uma das marcas, indo do popular Chevrolet ao luxuoso e sofisticado Cadillac.

    Em 1920, após uma crise no mercado automobilístico, Durant perdeu definitivamente o controle acionário da GM vindo a assumir Alfred Sloan a direção do grupo em 1923, que comandou o mesmo até 1956. Sendo este considerado como o principal responsável pela GM ter assumido a liderança mundial do mercado de veículos automotores. Durante as décadas de 20 e 30 a GM expandiu seus negócios pelo mundo afora seja através do controle acionário de empresas locais ou pela implantação de subsidiárias. Com a eclosão da WWII as suas fábricas foram rapidamente convertidas para produção de equipamento militar se tornando um dos principais fornecedores não só das forças armadas americanas mas também dos aliados como um todo. No período de pós guerra as empresas do grupo GM foram mais ágeis que as suas concorrentes, em especial a Ford, em atender aos desejos do mercado consumidor por carros novos e mais avançados do que aqueles que eram produzidos antes da guerra. Ao final da década de 40 a GM assumiu a frente em termos de design e inovações mecânicas que a levaram em pouco tempo a liderar o mercado mundial de automóveis. No entanto, nos últimos anos a GM vem enfrentando uma série de dificuldades em virtude das constantes mudanças do mercado automobilístico e da forte concorrência de outras empresas, porém ela vem sobrevivendo a crise através de reestruturações e associações com outras empresas.

Propaganda de 1924 mostrando as empresas do grupo GM

Propaganda do grupo GM durante a WWII

     A seguir descreveremos os veículos de cada uma das marcas do grupo GM.


BUICK

     David Dunbar Buick já construia motores a gasolina desde 1899, por volta de 1900 seu engenheiro chefe Walter L. Marr construiu o primeiro carro a levar o nome Buick. Até 1903 David Buick havia fundado três empresas em Detroit para comercializar seus produtos, sendo a Buick Motor Co. a empresa responsável pela construção de automóveis. Porém até 1903 apenas dois carros experimentais haviam sido construídos pela Buick, que então se encontrava em péssima situação financeira. Nesse mesmo ano Benjamin Briscoe Jr., que dava suporte financeiro a empresa, vendeu sua participação a uma empresa fabricante de carruagens de Flint, Michigan, a Flint Wagon Works. A primeira providência dos novos donos foi transferir a empresa para Flint, que era conhecida como "A Cidade dos Veículos" pois lá se haviam instalado as principais montadoras de carruagens dos EUA.  Em 1904 o primeiro Buick da nova fábrica foi testado no percurso de ida e volta entre Flint e Detroit com sucesso, levando a diretoria da empresa a autorizar a produção, tendo sido montados 37 carros do chamado Modelo B antes do final do ano.  Porém novamente a empresa se encontrava em dificuldades financeiras, foi quando então Willian Crapo Durant, que embora não fosse necessáriamente um adepto dos automóveis, percebeu o potencial comercial dos Buicks e adquiriu a empresa.

     Willian "Billy" Durant possuia um talento nato para os negócios e, apesar de como a maioria dos construtores de carruagens, fosse pouco afeito aos automóveis, ele percebeu que os Buicks eram carros capazes de subir ladeiras e atravessar terrenos lamaçentos como nenhum outro carro de sua época. Ao perceber que tinha um produto vencedor nas mãos, tratou de investir nele. Levou o carro para o New York Auto Show de 1905 e voltou de lá com cerca de 1.000 veículos encomendados, uma autentica façanha levando-se em consideração que até então menos de 40 Buicks tinham sido produzidos. Ainda em 1905 ele mudou a fábrica para Jackson, Michigan, e lá foram produzidos mais de 700 Modelos C antes do final do ano. Durant usou também a mesma rede de vendas e distribuição de suas carruagens como base para comercialização dos Buicks a nível nacional, como se isso não bastasse criou uma equipe de competições liderada por Louis Chevrolet e Wild Bob Burmann para promover o carro, obtendo cerca de 500 vitórias de 1908 a 1910. Em 1908 com a produção da Buick chegando a 8.000 veículos, Durant passou da posição de maior o vendedor de carruagens para a de maior vendedor de automóveis dos EUA, decidiu ele então fundar a General Motors Company. Inicialmente ele propôs uma fusão com outros fabricantes de automóveis de baixo custo como Henry Ford e Ranson Olds, porém como não logrou êxito, inicialmente ele adquiriu a Oldsmobile e em seguida a Cadillac e a Oakland. Em 1910 já com 30 empresas incorporadas Durant perdeu o contrôle acionário da GM devido a problemas financeiros. Em 1911 Durant fundou a Chevrolet junto com Louis Chevrolet e com a qual readquiriu o controle da GM entre 1915 e 1916. Porém Durant voltou a perder o controle da GM em 1920, sendo dessa vez em definitivo. Durante todo esse período turbulento quem sustentou o grupo GM foi justamente a reputação e a posição financeira da Buick.

     Em 1926 a Buick estava produzindo cerca de 260.000 carros, e durante os anos 20 uma série de eventos foram programados pelo setor de exportação da GM, levando os Buicks a cobrir percursos em todos os continentes de forma difundir a marca mundo afora. De maneira que antes da WWII os Buicks eram montados, com partes importadas dos EUA, na Espanha, Bélgica, Inglaterra, Austrália e Java, além de uma vasta rede de revendas em todo o mundo. Durante a grande depressão a Buick foi seriamente afetada com suas vendas caindo para cerca de 40.000 unidades, porém a partir de 1934 a empresa voltou a recuperar as vendas com o lançamento de novos modelos. Os carros feitos pela Buick nos anos que antecederam a WWII eram veículos de grande beleza e luxo, haja vista que foram desenhados pelo projetista chefe da GM, Harley Earl, o mesmo que também era o principal responsável pelo design dos Cadillacs da mesma época e que na década de 50 entre outras tantas realizações desenhou o Corvette. A partir de 1942 a Buick suspendeu a produção de automóveis e passou a produzir motores de aviação e os caça-tanques M-18 Hellcat, obtendo mais de 30 contratos de fornecimento de ítens militares durante a WWII. No período de pós guerra a Buick foi uma das principais empresas responsáveis pelo grupo GM assumir a liderança da indústria automobilística mundial. Até os dias de hoje a Buick mantém sua posição tradicional dentro do grupo GM nos Estados Unidos como sendo a marca responsável pela linha de carros de luxo intermediário, estando apenas abaixo da Cadillac em termos de sofisticação dentre as demais marcas do grupo.       

Buick Magazine de outubro de 1941 anunciando a linha Buick para 1942

 

 

Propaganda da produção pela Buick dos motores dos Liberators e dos M-18 Hellcat durante a WWII

 

     Devido aos sedans da Buick serem carros grandes, luxuosos e confortáveis, normalmente eram usados como staff cars de oficiais de maior patente, não sendo de todo incomum encontra-los em uso por oficiais alemães também. 

BUICK 1937

     Os Buicks passaram a ser desenhados por Harley Earl em 1936, e os modelos de 1937 já se mostravam bastante influenciados por seu estilo. Os Buicks de 1937 se diferenciam dos modelos do ano anterior por terem uma silhueta menos austera e mais aerodinâmica, como também pela grade frontal com linhas horizontais.

Buick 1937 como Staff Car da Wehrmacht

Buick 1937 como Staff Car da Wehrmacht na Rússia

Buick Sedan 1937 restaurado como Staff Car americano

Buick Roadmaster Convertible de 1937

Buick Coupê de 1937

BUICK 1938

     Os modelos de 1938 seguiam basicamente as mesmas linhas dos do ano anterior, sendo diferênciados desses apenas pelo ressalto nas laterais da grade frontal. 

Buick 1938 Staff Car da Wehrmacht com dispositivo de gasogênio instalado

Buick Coupê 1938 Staff Car do Kg. 26 da Luftwaffe

Buick 90 Limited de 1938

Buick Coupê de 1938

Embora o Buick Y-Job de 1938 tenha sido apenas um carro-conceitual desenhado por Harley Earl, não tendo sido produzido em série, suas linhas influênciaram fortemente os Buicks produzidos a partir de 1942

 

BUICK 1939

     A partir desse ano os Buicks receberam a grade frontal em forma de arco, que viria a caracterizá-los pelos próximos anos.

Buick 1939 Staff Car da Wehrmacht

Buick 1939 Staff Car da Luftwaffe

Buick 1939 Staff Car da Luftwaffe

Buick Sedan 1939

Buick Eight 1939

Buick Convertible 1939

 

BUICK 1940

     Nos Buicks de 1940 a tampa do capô se tornou mais larga, a grade frontal acompanhou a nova largura da tampa na sua parte superior e os faróis foram incorporados aos para-lamas.

Buick 1940 Staff Car da Wehrmacht na Grécia

Buick 1940 Staff Car da USAAF

Buick Eight 1940 restaurado na Holanda como Staff Car da 8th Army Air Force

Buick Eight 1940 restaurado na Holanda como Staff Car da 8th Army Air Force

Buick Limited 1940

 

BUICK 1941

     Em 1941 a grade frontal sofreu nova reestilização tornando a parte de cima ainda mais larga e mais baixa.

Buick Special 1941 Staff Car da US NAVY

Um dos seis Buicks 1941 que foram usados como Staff Car pelo Marechal de Campo Australiano Sir Thomas Blamey

Buick 1941 restaurado como Staff Car do US Army

Buick Sedan 1941

Buick Sedanete de 1941

 

BUICK 1942

     No último ano em que os Buicks foram produzidos antes do fim da WWII e do retorno da produção em 1946, os carros sofreram uma grande reestilização, fortemente influenciada pelo desenho do Y-Job de 1938. Foram incorporados frisos horizontais nos para-lamas, a tampa do capô ficou mais larga na base e a grade frontal ficou mais baixa, dando aos Buicks um visual mais moderno e aerodinâmico. Tal estilo influenciou os Buicks até o início da década de 50 sem que houvessem grandes alterações no seu desenho.

Buick Special 1942 Staff Car do US Army

Buick Woody 1942 Staff Car do US Army na Africa do Norte

Buick 1942

Buick Woody 1942


CADILLAC

       Em 1890 Henry Martyn Leland se uniu a Robert C. Fauconer para fundar em Detroit a Leland. Falconer & Norton, uma empresa especializada em produzir conjuntos de engrenagens e ferramentas de precisão. Leland possuia uma grande experiência com equipamentos mecânicos, pois havia trabalhado antes na indústria de armas Colt e na Brown & Sharp que produzia micrômetros e outros equipamentos de precisão.  A crescente demanda por bicicletas do final do século XIX fêz a empresa prosperar como fornecedora de engrenagens, que além de serem melhor acabadas que as de seus concorrentes apresentavam uma melhor intercambialidade entre si do que estas dada a precisão com que eram manufaturadas. Na virada do século, um construtor de automóveis chamado Ramson Eli Olds contratou a empresa de Leland e Faulconer, agora chamada L & F, para produzir conjuntos de transmissões para seus carros que não apresentassem os problemas de ruídos que as feitas por ele próprio estavam tendo, e cujas engrenagens pudessem ser intercambiadas entre carros sem necessidade de remanufatura. Tamanho foi o sucesso das transmissões feitas pela L & F que esta ganhou em 1901 um contrato para fornecer cerca de 2.000 motores para Olds. Os motores construídos por Leland forneciam uma potência 3.7 HP contra os 3.0 HP dos motores fornecidos pelos irmãos Dodge para a mesma Olds, atingindo ainda maior velocidade com menor atrito do que os motores de seu concorrente. Ainda não satisfeito com a performance de seus motores, Leland usou toda a sua experiência para aperfeiçoar o motor original desenvolvendo um novo motor capaz de atingir  10.25 HP, o qual foi oferecido a Olds. No entanto a Olds estava satisfeita com o resultado das suas vendas e preferiu não investir no novo motor que aumentaria os seus custos e demandaria tempo para adaptar o método de construção de seus carros. 

     Em agosto de 1902 dois investidores procuraram Leland para oferecer-lhe uma empresa que estava sendo liquidada. Essa empresa fundada em 1899 com o nome de Detroit Automobile Company, produziu alguns poucos carros e faliu em 1900. Em 1901 ela foi reerguida e reorganizada pelo seu mecânico chefe que a rebatizou com o seu próprio nome, chamando-a de Henry Ford Company, porém depois de três meses a empresa estava novamente falida e Henry Ford deixou a sociedade. Os investidores então procuraram Leland com o objetivo de oferecer-lhe para venda a fábrica e o maquinário. Após inspecionar a fábrica, Leland teve uma grande idéia e procurou os investidores com o objetivo de convencê-los a desistirem de se desfazerem do empreendimento. Ele os demonstrou que acreditava no futuro do automóvel e que tinha-lhes a oferecer um novo motor, o mesmo que foi oferecido anteriormente a Olds, com quase o triplo da potência dos que eram usados por esta e que apresentava muito menos problemas que os demais disponíveis no mercado.  Impressionados com a oferta de Leland, os investidores não só aceitaram a sua idéia como também o colocaram no comando da nova empresa.

    Em 1701 o nobre françes Antoine de la Mothe Cadillac havia chegado as margens do lago Erie e alí fundado a Ville d'Etroit, nome dado em referência ao estreito que une os lagos Huron, Erie, St. Claire e o rio St. Claire, esta é atualmente mais conhecida como sendo a cidade de Detroit. Em homenagem a Cadillac o seu nome foi dado a nova empresa e o brasão de sua família adotado para compor a logomarca. Novamente a experiência de Leland com equipamentos de precisão foi de grande valia na nova empreitada, ele adotou seus métodos de precisão na construção dos seus carros visando principalmente a intercambialidade das partes entre eles. Isso fêz com que a Cadillac fosse a primeira indústria automobilística americana a ganhar o Troféu Dewar em 1904, concedido anualmente as empresas que contribuíssem efetivamente para o progresso do automóvel. Em 1908 o Royal Automobile Club of Britain também premiou a Cadillac após colocar a  intercambialidade de componentes entre seus carros á prova, selecionando 3 Cadillacs de um lote de 8 ao acaso, desmontando e embaralhando suas peças e fazendo com que os carros remontados funcionassem de imediato e cumprissem um programa de testes de 500 milhas cada um. Em 1909 Willian C. Durant após fazer diversas ofertas a Leland, finalmente o convenceu a vender o controle acionário da Cadillac para a General Motors, mantendo ainda este no comando da Cadillac. A Cadillac foi a única empresa a obter um segundo Troféu Dewar em virtude do revolucionário sistema de partida elétrica Delco, inventado por Leland e Charles F. Kettering em 1912. O sistema Delco foi a base de todos os sistemas de partida elétricos para automóveis usados até hoje, e na época solucionou o principal empecílio para que as mulheres dirigissem, o complicado sistema das manivelas de partida, aumentando dessa forma as perspectivas de mercado para os automóveis. Em 1914 a Cadillac introduziu os motores V8 em seus carros e em 1917 Leland deixou a empresa, vindo posteriormente a fundar a sua principal concorrente, a Lincoln Motor Company. A Cadillac também foi a primeira empresa a utilizar um designer, Harley Earl, no lugar de um engenheiro para projetar a carroceria de seus carros em 1927. Em 1928 a GM também incorporou duas grandes empresas que produziam carrocerias exclusivas para Cadillacs, a Fisher e a Fleetwood, o que contribuiu bastante para o aprimoramento da linha.

     Na verdade os metodos de precisão de Leland, associados ao pioneirismo no uso de tecnologias de ponta criou uma imagem de qualidade e confiabilidade em torno da marca. Tal imagem levou a GM ao adquirir o controle da empresa a colocá-la como responsável pelas linhas de maior luxo, como também pelo fornecimento de chassis para uso em veículos institucionais, como ambulâncias e carros funerários, cujas carrocerias eram feitas por outras empresas. Um outro fator que muito contribuiu para aumentar o pretígio da marca foi o fato dela ter se tornado a preferida pela emergente classe artística de Hollywood dos anos 20 em diante. A imagem de artistas dessa época como Clara Bow, Willian Boyd, Joan Crowford, Dolores Del Rio, Marlene Dietrich, etc. chegando em seus Cadillacs nas "Avant Premiére" de seus filmes acabaram emprestando a marca muito do "Glamour" da Hollywood desses anos, de fato os Cadillacs permaneceram na preferência dos astros de Hollywood até os anos 70 quando a marca começou a entrar e decadência. Outras classes que também adotaram os Cadillacs foram os chefes de estado, membros da nobreza, magnatas, artistas de outras áreas e intelectuais renomados. Os Cadillacs também eram bastante apreciados pelos "gangsters" da época, haja vista que a sua potência extra os dava capacidade de fuga rápida nas situações de perigo. Dentre eles Al Capone foi um dos maiores entusiastas da marca, tendo tido este vários Cadillacs ao longo de sua carreira de crimes, muitos deles especialmente preparados com blindagem e vidros a prova de bala.  Dentre as marcas americanas de antes da WWII a Cadillac só perdia em luxo e elegância para as ultra-exclusivas Duesenberg e Pierce-Arrow que faziam seus carros praticamente sob encomenda.

   Em virtude da queda nas vendas durante a grande depressão, em 1932 a GM por pouco não discontinuou a Cadillac, porém após reformulações na sua estratégia de marketing a empresa voltou a se recuperar a partir de 1934. Outras inovações tecnológicas continuaram a ser incorporadas a linha Cadillac, como a opção pelos motores V-12 e V-16 oferecidas a partir de 1930, foi também a primeira marca a adotar o uso de parafusos Phillips o que diminuia o tempo de montagem de seus carros, assim como os Cadillacs também foram os primeiros carros de luxo a ter transmissão automática ao incorporarem o sistema Hidra-Matic da GM em 1941. Como toda a indústria automobilística americana, a Cadillac interrompeu a produção de carros em 1942 e se concentrou na produção de ítens militares. Dentre os ítens produzidos destacam-se os tanques M-24 Chaffee, as transmissões Hidra-Matic para blindados e os motores Allison para os aviões P-39, P-51, P-63 e P-38. 

     No imediato pós guerra a demanda por carros novos nos Estados Unidos foi muito intensa e entre os modelos mais procurados estavam justamente os Cadillacs. Estes voltaram a ser produzidos ainda no final de 1945, quando foi lançada a linha para 1946, e nada mais eram que os modelos de 1942 com poucas alterações. Porém foi em 1948 que iniciou a era de maior prestígio da marca, nesse ano Franklyn Q. Hershey, um dos designers da divisão de Harley Earl, introduziu na linha Cadillac os famosos rabos-de-peixe que iriam influenciar o desenho não só dos Cadillacs como também o de praticamente todos os carros americanos por toda a década de 50. Os anos 50 foram a época em que Harley Earl e sua equipe puderam dar vazão a toda a sua criatividade sobre a linha GM, e os Cadillacs sendo o produto de maior apelo visual desta, tornaram-se verdadeiros sonhos sobre rodas repletos de exuberantes cromados que refletiam toda a euforia econômica em que vivia a América do pós guerra. A partir dos anos 60 os Cadillacs, seguindo a tendência da indústria automobilística da época, tornaram-se menos chamativos acompanhando discretamente ao final dessa o design dos "muscle cars" típicos do período. Porém foi durante a crise do petróleo na década de 70 que a marca iniciou sua decadência, o aumento no preço da gasolina tornou os carros grandes como os Cadillacs econômicamente inviáveis, o que obrigou a marca a reduzir seu tamanho tirando-lhes o seu principal apelo chamativo e tornando-os pouco distinguíveis dos demais. O final da era do "Glamour" Hollywoodiano expondo os hábitos decadentes da classe artística como o alcoolismo e o consumo de drogas, associado a imagem bastante explorada nos filmes do final da década de 70 dos chefes das quadrilhas do Harlem em exuberantes Cadillacs de segunda mão que agora eram oferecidos a preço irrisório, acabou trazendo a marca uma certo ar de decadência e vulgaridade. Dos anos 80 em diante os Cadillacs praticamente cairam no ostracismo, a preferência dos mais abastados recaiu sobre as marcas européias de maior prestígio, em cujos carros estas conseguiram conciliar luxo, qualidade e desempenho com economia de forma mais eficiente que a Cadillac. Atualmente a marca sobrevive concorrendo com a Lincoln pelo mercado das imensas Limousines e de uns poucos modelos que são praticamente desconhecidos fora do mercado norte americano.  

Propaganda de lançamento do Cadillac Series 62 em 1940 

Propaganda dos motores Allison e de outros ítens militares produzidos pela Cadillac durante a WWII

     Sendo os Cadillacs carros de alto-luxo, o seu uso como Staff Cars pelos americanos ficou praticamente restrito a generais e outros militares de alta patente. Vários carros também serviram a chefes de estado não só dos Estados Unidos, como também de países aliados e até mesmo de países ligados ao Eixo. Alguns carros também acabaram nas mãos dos alemães existindo evidências de seu uso tanto por militares de alta patente como também a de modelos mais esportivos por pilotos da Luftwaffe.

CADILLAC 1936

    Os Cadillacs de 1936 diferiam dos modelos de 1935 pela grade frontal ligeiramente arredondada e formada por linhas horizontais.

Cadillac 1936 Staff Car da Wehrmacht na Noruega

Cadillac V-12 Club Sedan de 1936

Cadillac Town Car de 1936

Cadillac Series 75 Imperial Convertible Sedan de 1936

CADILLAC 1937

     Em 1937 continuaram a ser produzidos basicamente os mesmos modelos de 1936 e podem ser distinguidos destes pela grade frontal formada por uma treliça.

Cadillac Series 60 Convertible Sedan de 1937

Cadillac Convertible Coupe de 1937

Cadillac Series 75 Formal Limousine de 1937

CADILLAC 1938

     Os Cadillacs de 1938 sofreram uma reestilização de sua carroceria que deu-lhes uma aparência mais moderna, sua frente se tornou mais pronunciada e nesse ano apareceu também a palavra Cadillac gravada no para-choque frontal. Observa-se uma certa variação na grade do radiador, sendo em alguns modelos formada por linhas horizontais e em outros por uma treliça.

Cadillac Convertible 1938 Staff Car da Luftwaffe

O Gen. Eisenhower no estribo de um Cadillac Sedan 1938 Staff Car durante o desfile da vitória na Europa em Paris 

Esse Cadillac Convertible Sedan Series 90 V-16 de 1938 foi o Carro Presidencial de Parada usado por Roosevelt, Truman e Eisenhower durante seus mandatos

 

 

 

Cadillac Sedan 1938

 

 

Cadillac Series 75 Convertible Sedan de 1938

 

 

Cadillac Series 60 Sedan de 1938

 

 

CADILLAC 1939

   Os modelos de 1939 tinham a grade frontal formada por linhas horizontais num estilo diferente do usado no ano anterior e ainda possuiam um conjunto de frisos entre cada lado da grade e os para-lamas.

 

 

Cadillac Sedan 1939 usado por De Gaule quando retornou a França

 

 

Por ironia do destino um outro Cadillac Series 75 limousine de 1939 serviu a Petain quando no exílio na Suiça

 

 

Cadillac Sixty Special de 1939

 

 

Cadillac V-8 Convertible de 1939

 

 

Cadillac Convertible de 1939

 

CADILLAC 1940

 Os Cadillacs de 1940 eram muito semelhantes aos modelos de 1939, a melhor maneira de distingui-los é através das grades laterais agora divididas em duas de cada lado, linhas da grade frontal mais espaçadas e dos frisos entre os para-lamas e a grade frontal divididos em cinco conjuntos de três de cada lado.

 

Cadillac Series 75 de 1940 Staff Car do General Patton, foi nesse carro que Patton sofreu o acidente que viria lhe custar a vida logo após a guerra, o carro foi reparado na França com uma grade frontal diferente da original

 

 

Cadillac Series 75 de 1940

 

 

Cadillac Series 75 Convertible Sedan de 1940

 

CADILLAC 1941

   Em 1941 a frente dos Cadillacs foi inteiramente redesenhada, tendo-se adotado o estilo que prevaleceria até 1948. A grade do radiador passou a ocupar quase toda a frente do carro que ficou mais reta e a tampa do capô ficou mais larga na frente e mais alta e os faróis foram incorporados aos para-lamas.

 

 

 

Cadillac 1941 Staff Car do General Mac Arthur

 

 

Cadillac Convertible Sedan de 1941 Staff Car do General Eisenhower

 

 

Cadillac Fleetwood Series 60 Special de 1941

 

 

Cadillac Series 75 de 1941

 

 

Cadillac Convertible Sedan de 1941

 

 

CADILLAC 1942

   Os Cadillacs de 1942 seguiram o mesmo desenho do ano anterior, sendo identificáveis pelas lanternas quadradas abaixo dos faróis e pela grade frontal mais larga na parte de baixo.

 

 

Cadillac Series 75 de 1942 Staff Car do General Eisenhower

 

 

Cadillac 1942 Staff Car do General Bradley

 

 

O General Eisenhower possuia diversos Cadillacs a disposição de seu comando, este Cadillac Limousine de 1942 serviu a ele primeiramente na Inglaterra e depois na Alemanha, atualmente encontra-se preservado nos EUA

 

 

Cadillac Fleetwood Series 75 de 1942

 

 

 


 

LASALLE

 

 

     Quando Alfred P. Sloam estava na presidência da General Motors, este estabeleceu o sistema de segmentação do mercado consumidor pelas marcas do grupo. Ou seja, em termos de preço, a marca inicial era a Chevrolet, em seguida a Oakland, Oldsmobile, Buick e finalmente a Cadillac. No entanto durante os anos 20 percebeu-se que alguns seguimentos intermediários do mercado haviam ficado de fora, e como nessa época entendia-se que cada marca deveria se ater a um modelo específico, decidiu-se criar novas marcas "Companheiras", para cobrir os lapsos do mercado entre aquelas já existente. Dessa forma para cobrir o espaço entre a Chevrolet e a Oakland foi criada a Pontiac, entre a Oakland e a Oldsmobile ficou a Viking, entre a Oldsmobile e a Buick a Marquette e entre a Buick e a Cadillac foi criada a LaSalle. Porém com a crise de 1929 tanto a Viking como a Marquette foram suprimidas ainda no seu segundo ano de produção e a Oakland acabou perdendo o seu lugar dentro do grupo para a Pontiac.

 

        Criada em 1927, a LaSalle teve seu nome retirado do de um outro nobre françes também ligado as expedições a região de Detroit no século XVIII, René-Robert Cavelier, Sieur de La Salle. Para desenhar o novo carro foi contratado o designer Harley Earl que viria a se tornar em pouco tempo o responsável pelo desenho de toda a linha GM. Na realidade os LaSalles eram fabricados pela própria Cadillac e feitos com o mesmo requinte dos seus carros, por essa mesma razão também são conhecidos como Cadillacs LaSalle. O que basicamente os diferenciava dos Cadillacs era apenas o seu tamanho um pouco menor, por sinal esse menor tamanho combinado com os mesmos motores V-8 usado nos Cadillac tornava os LaSalle mais velozes e esportivos do que estes, o que vinha de encontro ao desejo de um considerável seguimento do mercado. Durante a grande depressão as vendas dos Cadillacs e dos LaSalles cairam vertiginosamente, porém o preço mais convidativo dos LaSalles fêz com que esses tirassem uma grande fatia dos compradores dos Cadillacs, quase levando esta a ser fechada. Com a recuperação do mercado americano a partir de 1934, as vendas de ambas as marcas voltaram a crescer e os LaSalle passaram por diversas re-estilizações que os tornaram mais atraentes e com linhas mais futurísticas. Porém na virada da década com a economia americana já plenamente recuperada, o maior prestígio da marca Cadillac se fazia sentir e as vendas dos LaSalle não conseguiam acompanhar o rítmo da dos Cadillacs. Ao final de 1940 decidiu-se finalmente interromper a produção dos LaSalle em favor dos Cadillac Series 61 que reuniam o prestígio da marca Cadillac com um preço acessível ao nicho de mercado dos LaSalles. Em 1941 a venda dos Cadillac series 61 foi três vezes maior que a dos LaSalle no seu último ano de produção. Ocorreram ainda três tentativas de se reviver a marca nos anos 50, 60 e 70. Em 1955 foram apresentados ao público três protótipos de um carro conceitual chamado LaSalle II que não foi adiante. Na década de 60 foi apresentado um projeto de um coupê de luxo a Cadillac para ser comercializado com a marca LaSalle, porém a Cadillac recusou a idéia que passou para a Buick que por sua vez a aproveitou no que veio a se transformar num de seus maiores clássicos, o Buick Riviera. Na década de 70 a Cadillac projetou um pequeno sedan de luxo e novamente o nome LaSalle foi proposto para o carro, finalmente decidiu-se por chama-lo de Cadillac Seville.

 

 

Propaganda do LaSalle de 1940

 

     Não existem muitas evidências fotográficas do uso dos LaSalles como Staff Cars durante a WWII, porém a marca era bastante conhecida e foi amplamente oferecida pela rede de revendedores da GM tanto nos EUA, como na Europa e no Oriente, deixando em aberto a possibilidade de terem sido adotados na função pelos americanos, como também possam ter sido confiscados pelos países do eixo com essa finalidade.

 

 

LASALLE 1936

   A linha 1936 da LaSalle pode ser distinguida pelas aberturas laterais retangulares no capô imitando os escapamentos dos aviões de caça da época, diferentemente dos modelos de 1935 em que essas aberturas eram circulares.

 

 

LaSalle Coupe 1936

 

 

LaSalle Series 50 Convertible 1936

 

LASALLE 1937

   Os LaSalles de 1937 passaram a ter uma ampla grade nas laterais do capô e no centro do para-choque um circulo vermelho com as iniciais da marca LAS que também se repetiam nas calotas.

 

 

LaSalle Sedan de 1937 restaurado como Staff Car de General de duas estrêlas americano

 

 

LaSalle V-8 Series 322 de 1937

 

 

LaSalle Opera Coupe de 1937

 

 

LaSalle Convertible de 1937

 

 

LASALLE 1938

   Os carros de 1938 embora sejam muito parecidos com os do ano anterior, são distiguíveis deste pela ausência dos enfeites em forma de divisas sobre os para-lamas, faróis apoiados sobre colunas com frisos triplos na frente e a grade frontal ligeiramente mais larga lembrando a de alguns dos modelos da Cadillac do mesmo ano.

LaSalle Convertible Sedan de 1938 Staff Car de Herman Göring

LaSalle Convertible Sedan de 1938 Staff Car de Herman Göring

LaSalle Convertible Sedan de 1938 que pertenceu a atriz americana Mae West

LaSalle Two Door Sedan de 1938

LASALLE 1939

   Em 1939 os LaSalles ganharam um pouco mais de personalidade em relação aos Cadillacs ao adotar uma grade frontal bem mais estreita que as destes e com o nome LaSalle grafado, também foram adotados os frisos entre a grade frontal e os para-lamas tal como nos Cadillacs do mesmo ano e o disco vermelho com as iniciais LAS desapareceu do para-choques.

 

 

LaSalle Sedan de 1939

 

 

LaSalle Coupe de 1939

 

 

LaSalle V-8 Series 322 Convertible de 1939

 

 

LASALLE 1940

   Em seu último ano de produção os LaSalles mantiveram a grade frontal estreita, ficando a principais diferenças em relação ao ano anterior nos frisos entre a grade e os para-lamas que agora eram mais curtos formando seis retângulos verticais de cada lado da grade e nos faróis que agora estavam incorporados aos para-lamas.

 

 

LaSalle Sedan de 1940

 

 

LaSalle Series 5227 Coupe de 1940

 

 

LaSalle Club Coupe Convertible de 1940

 


 

AS DEMAIS MARCAS DA GENERAL MOTORS CONTINUAM NA PARTE 2 DESTE ARTIGO

 

 


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