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Tutorial para Customização e Reforma de Miniaturas Diecast
Autor: Luiz Felipe M Vallone

Tutorial para Reforma e Customização de Miniaturas em Diecast

Para esse pequeno tutorial, usei como modelos dois Opalas da Hot Wheels, que tiveram as pinturas de suas carrocerias completamente removidas e repintadas, a fim de retratar as cores originais dos famosos Opalas SS ano 1978, clássicos da indústria automobilística nacional.  Além desses dois modelos que tiveram sua customização iniciada do zero, também foram customizados outros dois Opalas SS ano 1974, que já estavam com as pinturas prontas e aguardando apenas acabamento.  Infelizmente para esses dois últimos, não teremos o tutorial completo, mas o que foi feito aqui serve para qualquer outro modelo.

Grande parte desse trabalho só se tornou possível graças aos fabulosos decais fabricados, idealizados e fornecidos pelo Marcello Matungo, dono da empresa MTG Decais, que muito gentilmente me cedeu as cartelas para a confecção das miniaturas desse tutorial.  Esses decais são um lançamento da MTG para o ano de 2013 e eu mais do que recomendo!

 

O primeiro passo foi remover cuidadosamente as carrocerias dos chassis.  Para tanto, foi feito uso de uma furadeira doméstica comum e de duas brocas de aço rápido, nos diâmetros de 3mm e 4mm respectivamente.

Iniciei o trabalho com a broca de 3mm, que serviu de guia para o uso da broca seguinte, a de 4mm.  A broca maior, como veremos abaixo, cuidou de remover por completo o rebite que cravava o chassis a carroceria da miniatura.

 

Como dito, o próximo passo foi o uso da broca de 4mm.  Nessa hora muito cuidado para não exagerar no uso e acabar por remover mais material do que o necessário.  É perceptível a hora em que o chassis e a carroceria se descolam e esse é momento de parar.

 

A etapa seguinte consistiu na retirada da tinta das miniaturas.  Eu utilizei um produto chamado Pintoff da marca Sparlack (há também de outros fabricantes).  O produto é tóxico e pode provocar queimaduras, portanto recomendo o uso de luvas de borracha e um óculos de proteção, pois se entrar em contato com os olhos, pode ser bastante perigoso.  Sugeri, mas acabei não fazendo o recomendado... “casa de ferreiro e espeto de pau”, me desculpem, rsrs!!!

Obs.:  Algumas pessoas também utilizam fluido de freio, mas eu nunca fiz uso desse produto, então não posso opinar a respeito.

Ao utilizar o Pintoff foi necessário um recipiente para submergir os modelos, recipiente esse que necessitou ser de vidro, tendo em vista que o produto é corrosivo e ataca o plástico em questão de segundos.  Aproveitando o assunto e apesar de óbvio, é bom também avisar para deixar as partes plásticas da miniatura bem longe desse produto.

 

Início do processo.  Foi necessário deixar as peças submersas por uma meia hora e a tinta começou a se soltar progressivamente, como se fossem pequenas cascas.

 

Com a ajuda de um pincel de cerdas rígidas, fui removendo a tinta já solta.  Nos cantos, onde costuma ser mais difícil a retirada, fiz uso de um pincel menor e também de cerdas bem rígidas.

 

Terminada essa etapa do processo, o resultado obtido foi esse:

Iniciou-se então a preparação das carrocerias para recebimento da pintura.  Um primer foi  usado de base e, no meu exemplo, utilizei o Primer Universal da marca Tempo, que foi diluído com o thinner de acabamento do mesmo fabricante.  O primer é muito espesso para aplicação direta com o aerógrafo, então a diluição que achei ideal foi de 6 partes de thinner para uma parte de primer.

 

Os Opalas ano 1978 não tinham as lanternas traseiras retangulares e proeminentes nos pára-lamas, como ocorria nos Opalas ano 1974.  Então, com uma lixa para ferro de grana 320, removi as marcas em baixo relevo das miniaturas antes de aplicar o primer.

 

Coloquei as carrocerias já lixadas sobre um papelão grosso, fazendo uso de dois tubos como base para sustentar as peças enquanto eram pintadas.

 

Foi chegada a hora de aplicar o primer.  Comecei pela parte inferior e com o produto já diluído na proporção informada.

 

Nesse ínterim, que grata surpresa, chegaram as cartelas dos decais.  Vejam que espetáculo!

Para ganhar tempo, enquanto o primer aplicado na parte de baixo das carrocerias secava, lancei mão dos outros dois Opalas 1974 que já estavam pintados e comecei a aplicação dos respectivos decais.

Os decais foram recortados bem rentes às suas bordas, a fim de que o filme aparecesse o mínimo possível.  Contudo, são decais tão finos e bem acabados que o filme ficou imperceptível.

 

 

Voltando aos dois Opalas 1978, foi hora de virar as carrocerias para cima e aplicar o primer na parte superior.  Aí o trabalho de preparação para a pintura se deu por concluído.

Depois do primer seco, lavei as carrocerias em água corrente para remover qualquer resquício de poeira que pudesse ter ficado acumulada.  Sempre que aplico o primer, noto que além da poeira do ambiente, também acaba ficando na peça uma fina camada de poeira do próprio primer, portanto a lavagem é tão importante.

Para a pintura, utilizei tinta sintética automotiva Lazzumix, da marca Sherwin Williamns, diluída novamente com o thinner de acabamento da marca Tempo.  A tinta é bem mais fluída do que o primer, então a diluição foi de 50% de tinta para 50% de thinner.

Escolhi fazer um dos Opalas branco com a cor Branco Geada e o outro amarelo, na cor Amarelo Petrópolis.  O branco já é encontrado pronto, mas o amarelo necessitei que preparassem com base no catálogo do fabricante.

Outro ponto importante de se falar é sobre a alta toxicidade das tintas e do thinner automotivos.  Então utilizei máscara com filtro de carvão ativado e deixei o ambiente plenamente ventilado.  Thinner, tinta e um ambiente fechado são uma combinação propícia a uma fácil e rápida intoxicação, muito cuidado!

 

 

Pintura aplicada nas partes inferiores:

E o resultado final da etapa de pintura:

 

Após a pintura aplicada e seca, veio a delicada etapa de aplicação dos decalques.  Sem dúvidas, essa é uma das partes que requereram mais atenção, pois foram os decais que deram vida e fizeram todo o diferencial da miniatura.

Como já dito, os decais da MTG possuem um filme finíssimo e foram desenhados de forma a casar perfeitamente na superfície de cada modelo (a precisão é milimétrica), porém, precisei utilizar uma lâmina de estilete nova e afiada, além de uma régua transparente para servirem de guia para o corte.

Cortei os decais o mais rente possível da impressão e utilizei os produtos Micro Set e Micro Sol da Microscale para o melhor resultado possível.

 

Primeiro apliquei o Micro Set na carroceria antes de aplicar cada pedaço cortado de decal e após tudo estar devidamente seco, apliquei o Micro Sol para que os decais se conformassem e penetrassem nas curvaturas mais difíceis.  Só toquei no modelo novamente depois do Micro Sol também secar por completo, o que levou cerca de uma hora entre cada etapa.

Os resultados obtidos foram esses:

 

 

 

 

Enquanto os decais secavam, preparei o verniz final que seria aplicado por cima de tudo para proteger a pintura e selar os decais.  Escolhi o Verniz Geral da marca Corfix, solúvel em aguarrás.  A proporção para a diluição foi de 50% de verniz para 50% de aguarrás e reservei a mistura num frasco em separado.

Esse verniz demorou cerca de 2 horas para secagem ao toque e umas 12 horas para cura total.  Só fiz a manipulação absoluta das peças após esse tempo e apliquei duas mãos de verniz para obter o máximo brilho e proteção possíveis.

O resultado foi muito bom e minha maior preocupação foi a de utilizar um produto que não atacasse as tintas da impressão dos decais.  Nesse ponto a combinação desse produto a base de aguarrás mostrou-se excelente, além de seu baixo custo.

Ainda aproveitando enquanto os decais secavam, substituí as rodas originais das miniaturas pelas rodinhas com pneus de borracha fabricadas pela Orange City.  Optei por usar todas as rodas do mesmo diâmetro (10mm), ao invés das rodas originais que tinham dimensões diferentes e que achei destoantes da realidade.

Com ajuda de uma micro retífica, retirei cuidadosamente as rodas originais e ajustei os eixos no tamanho exato para receber as novas rodinhas.  Colei as novas rodinhas com cola de cianocrilato da marca Tekbond, a mesma cola que também utilizei para tornar a unir as carrocerias prontas nos chassis das miniaturas.

 

Abaixo está o resultado final das miniaturas, já com o verniz aplicado e os chassis colados de volta.

 

 

 

 

Espero que tenham gostado do resultado e que esse pequeno tutorial tenha sido de alguma utilidade para modelistas que, assim como eu, gostam de ter suas miniaturas customizadas e representadas o mais próximas possível do objeto real.

Despeço-me aqui, agradecendo a atenção de todos e registrando mais uma vez meu  agradecimento especial ao amigo Marcello Matungo, da  MTG Decais, sem o qual a qualidade desse trabalho jamais teria sido possível!

Grande abraço,

         Luiz Felipe M Vallone

 

 

Sites e contatos para aquisição dos acessórios utilizados:

MTG Decais: http://mtgdecais.blogspot.com.br/  (Sr. Marcello Matungo)

Orange City Wheels: emersongachet@hotmail.com  (Sr. Emerson Gachet)


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