Lançamento 2002 da Italeri, recém chegado ao Brasil.
Histórico
O Crusader foi baseado no Covenanter de 1937, derivado do A13, primeiro blindado Britânico a usar suspensão tipo Christie, a mesma usada do T34 Soviético. Os Crusader I/II eram equipados com canhão de 2 libras mais 2 metralhadoras Besa de 7,62 mm, uma delas montada numa torreta do lado do motorista. Por apresentar problemas de ventilação e espaço, a torreta era retirada, sendo completamente eliminada no Crusader III, que também era dotado de uma nova torre principal montando um canhão de 6 libras. Foram produzidos cerca de 5.300, usados principalmente no Norte da África de 1941 a 1943, uns poucos foram utilizados na Itália e versões especializadas, como AA e tratores, na Europa. A partir de 1942, começaram a ser substituídos pelos novos M3 Grant e M4 Sherman Americanos, já que sua evolução, que originou o Cromwell, sofreu diversos atrasos. Seu ponto forte era o motor de avião Liberty de 340 HP, que proporcionava uma velocidade limitada a 45 km/h, como a suspensão permitia, no deserto as travas eram retiradas e atingia incríveis 65 km/h.
Conteúdo
Cerca de 180 peças e excelentes decais para uma única versão numa caixa de tamanho padrão, o conteúdo não tem nenhuma outra proteção adicional, oferecendo alguma possibilidade de dano. A torre é completamente nova e muito bem feita, incluindo um interior básico, o chassi e lagartas são praticamente os mesmos do antigo Crusader III (219), além de outras peças novas como a torreta do metralhador. Na época o Crusader III foi revolucionário e continua sendo um dos melhores trabalhos da Italeri, tanto é que as peças novas não destoam em nada com as antigas. Contém algumas peças opcionais, como seções de lagartas e tampa do rasgo da torreta, além de outras que não são utilizadas. O casco, a suspensão Christie e as rodas, em especial as bordas de rodagem perfuradas, são excelentes, bem como as lagartas. Ao contrário do Crusader III original, não há figuras nem as saias dos para lamas, tão comuns no deserto.
Montagem
De encaixes precisos, sem rebarbas ou marcas de molde, surpreende se levarmos em conta que parte do kit tem quase 25 anos. Existem alguns detalhes de montagem antiquados, como a fixação das rodas usando uma chave de fenda aquecida. O único ponto crítico é a instalação dos cabos de aço que por serem moldados retos e rígidos, dificultam sua adaptação aos contornos do casco, mas com alguma paciência é possível molda-los com os dedos ou ainda com o auxílio de uma vela. As instruções são simples porém claras, incluindo as notas da pintura que é bastante básica. É conveniente deixar para colar as pequenas laterais dos para lamas após toda pintura e instalação das lagartas, que precisam ser amarradas para simular a caída, assim como a pá atrás da torre que vai sobre uma decal, muito cuidado para não fixar esta pá ao contrário, já que as instruções podem dar uma falsa impressão. Pintei as extremidades dos filtros de metálico, apenas para dar um toque diferente ao citado pelas instruções, que também estão corretas. Melhorias a considerar são a colocação de uma lente transparente no farolete da torre e a substituição dos cabos de aço por outros mais flexíveis para economizar trabalho. O modelo representa um Crusader II da 1ª Divisão Blindada, que participou da Batalha de Al Alamein em 1942.
Conclusão
O resultado geral é muito bom, o conjunto é sólido, a opção de pintura proporciona uma montagem simples e rápida. Recomendado para iniciantes como um primeiro modelo e mesmo para Masters que apreciem blindados britânicos.
Observação
De código Italeri 6385, o Crusader II é o único disponível nesta escala, junto com o similar 219 Crusader III que não é relançado há tempos. Já a denominação pura Crusader I está incorreta, a proteção dos para lamas, faróis e rodas, além de outros detalhes, eram muito diferentes, pode até se passar por um modelo híbrido, mas não do modelo inicial.