Normalmente as lagartas de diversos blindados apresentam certa caída, são necessárias referências para determinar o grau exato, que varia de acordo com algumas condições. A ausência deste detalhe pode chegar arruinar a aparência do modelo, como pode ser observado no seguinte exemplo, no qual o T34 à esquerda não recebeu tratamento e o T34 à direita teve suas lagartas levemente rebaixadas:
Antes de qualquer providência, precisamos identificar exatamente quais recursos podemos empregar, baseados nas opções oferecidas. É comum que em modelos similares entre diversos fabricantes, se ofereçam adicionais que podem tanto facilitar ou dificultar esta tarefa, geralmente estes opcionais também implicam em maiores investimentos, portanto o ideal é conhecer as necessidades e possibilidades antes da própria compra.
TIPOS DE LAGARTAS
1. Tradicional Uma ou duas peças em plástico maleável que devem ser encaixadas ou soldadas com chave de fenda:
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Comum Podem ser usados linha, fio, nylon ou colas como bonder ou silicone.
A maioria dos kits é deste tipo, as mais antigas são detalhadas por fora.
Alguns são mais complicados, como este RSO Italeri, com poucos pontos de amarração, rodas lisas, e lagartas apertadas. |
Colável As lagartas podem ser fixadas com cola comum.
Poucos modelos oferecem este recurso, linhas mais novas Tamiya e DML são alguns exemplos.
Muitas vezes este recurso nem chega a ser utilizado, como neste M4 Tamiya. |
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2. Link-by-link Cada elo é separado em uma ou mais peças, podem ser montados em praticamente qualquer posição desejada:
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Fixa Uma vez montada fica na mesma posição, veja mais adiante sugestão de algumas técnicas.
A maioria dos DML vem apenas com este tipo, existem poucos exemplos de outros fabricantes, embora existam conjuntos de diversas marcas vendidos em separado. |
Workable Pode ser colocada em qualquer posição pois os elos são articulados. Em plástico a resistência é duvidosa. Existem versões em metal tecnicamente resistentes, mas as rodas e suspensão do modelo continuam sujeitos a problemas de tensão e peso.
Raríssimos kits, como os Sdkfz 250 DML, oferecem tal recurso. |
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3. Link-by-Length É uma variação simplificada do princípio Link-by-Link, com conjuntos de elos separados e seções contínuas:
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Existem diversos fabricantes empregando este método, notadamente os Europeus.
Modelos Academy recentes oferecem além destes, também as lagartas tradicionais comuns, representando em alguns casos um ótimo investimento devido a duplicidade de opções para aproveitamento num segundo kit. |
TÉCNICA BÁSICA LINK-BY-LINK
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Esta técnica se aplica antes de qualquer pintura.
Com pequenas adaptações pode ser usada para qualquer tipo de Link-by-Link ou Link-by-Length.
Trabalhe com séries próximas a 10, corte, lixe e limpe cada elo e cole em seções retas, utilize cola cuja secagem permita fazer ajustes. |
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Começando pela seção A que apoia no chão, junte os múltiplos de 10, tomando cuidado de não ultrapassar as fronteiras, em seguida faça parte da roda dentada que não deve estar colada, cole uma série de links necessários para unir a seção inferior do chão até topo da roda dentada, a seguir continue o outro lado até atingir a parte inferior da roda tensora traseira.
Vamos agora à seção B, contorne até o topo da roda tensora que também não deve estar colada, e una ao último link da seção A sem colar, se necessário utilize fita para unir as seções.
Faça uns bons múltiplos de 10 de modo a cobrir a parte superior, deixando a folga desejada para simular o caimento, encaixe entre a roda tensora e a roda dentada, aumente ou diminua o caimento de acordo com o número de links utilizados, a cola tem que ainda estar suficientemente maleável porém ainda capaz de segurar o conjunto.
Finalmente cole a parte superior ao início da seção B, ainda não cole à seção 1.
Depois da secagem, retire a fita e você terá duas seções, A e B, ainda com uma certa maleabilidade permitindo pequenos ajustes por meio de torções cuidadosas.
Para evitar colapsos, verifique ligas mais fracas e reforce as seções, depois efetue acabamento retirando possíveis excessos de cola que escaparam nas rodas ou lagarta.
Repita a operação para o outro lado, muito cuidado para não confundir os lados A e B direitos com os esquerdos, pois costuma dar diferença.
Pinte em separado o modelo e as seções das lagartas, cole as lagartas nas rodas e as rodas ao chassi, depois da secagem da cola efetue retoques na pintura se necessários.
TÉCNICA PARA CERTOS CASOS DO TIPO TRADICIONAL
Esta técnica simples é muito útil pois não requer uso de linha, fio, nylon ou colas especiais.
A limitação é o tipo de blindado, a parte superior precisa ser coberta e a lagarta tem que ser larga, se aplica bem a Tigers, Panthers, T-34s e afins.
Não recomendada para modelos que participarão em concursos, salvo se ficar imperceptível. |
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Com a lagarta instalada verifique aproximadamente em qual ponto deveria estar a caída, utilize um palito ou instrumento similar, coloque-o paralelo aos elos e pressione suavemente até ficar satisfeito.
Crie um linha imaginária que continua até o casco do tanque e marque, abra dois furos pequenos e simétricos nos lados do casco e atravesse-os com um clips comum de papel. Para modelos com interior curve o clips de modo a acompanhar o contorno interno do casco.
Corte o clips de maneira a não cobrir a extensão total das lagartas de ambos os lados, mas algo em torno de metade, escondido entre os elos, mas ainda o suficiente para segurar a lagarta no local.
Cole o clips no casco com bonder ou similar, depois encaixe cuidadosamente a lagarta, pinte e trate de acordo.
DICAS E TRUQUES
Alguns blindados com proteções laterais escondem a parte superior da lagarta e a caída.
Neste caso pode ser interessante trocar as Link-by-Link por lagartas comuns.
As Link-by-Link resultantes podem ser melhor aproveitadas em outro kit que tenha lagartas expostas. |
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Com algum planejamento é possível efetuar boas combinações.
Em alguns casos 3 conjuntos Link-by-Link fazem até 4 veículos.
Quaisquer sobras podem ser utilizadas como acessórios.
Jogos duplicados do M18 Hellcat Academy servem para corrigir o M24 Chaffe Italeri, pois a lagarta Italeri foi usada apenas na Coréia. |
Em certos casos existem veículos com protetores que ocultam a parte superior da lagarta, sendo suficiente fazer apenas até onde a vista alcança
Mais uma vez, não é recomendado para modelos que participarão em concursos, salvo se ficar imperceptível. |
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Para remendar lagartas quebradas ou mesmo para conversões, use grampos comuns de grampeador, devidamente posicionados e pintados ficam praticamente invisíveis. |